Por que não experimentar por si mesmo?
Esses dias atrás estava conversando com o meu amado, mais uma das nossas inúmeras conversas filosóficas, e estávamos falando sobre como todas as religiões falam sobre a mesma coisa, mas de formas diferentes.
Eu nasci em uma família católica e devota, mas a minha incessante busca por esclarecimento despertou meu interesse por outras perspectivas, e resultou na desconstrução total dos dogmas herdados da sociedade.
Se olharmos bem, as religiões estão revestidas de crenças, mas em seu âmago, todas revelam os segredos do Universo.
Não sou religiosa, mas sou defensora da existência e das obras da Divindade. E confesso que sou afeiçoada da cultura védica que, ao contrário do que muita gente pensa, nada tem de religião.
Por que me afeiçoei tanto a essa cultura? Bem, muito simples. Os Vedas (que são um compilado de ensinamentos herdados pela humanidade e que não tem autoria definida) nos apresentam o Mundo nu e cru, sem parcialidades. Eles criam nomes, paradigmas de observação (muitos paradigmas inclusive) e mitologias que nos mostram as infinitas perspectivas que podemos adotar e todas elas apontam o mesmo caminho.
Muito do que os Vedas falam há milhares de anos já ganhou nomes científicos modernos, o que traz validação àquilo que a minha experiência pessoal me mostrou: Deus é ciência.
Estamos inseridos em uma malha, em um mecanismo regido por suas próprias leis e suas próprias dinâmicas (tantra). Se buscarmos algumas obras clássicas e nada novas como o Bhagavad Gita, Os Yoga Sutras, O Caibalion, e mesmo a Bíblia, veremos em forma de estórias ou mitologias indícios de como esse mecanismo funciona. Digo indícios porque não são leituras fáceis e requerem maior sensibilidade e para compreendê-las. Não à toa, o conhecimento que esses tipos de obras trazem é chamado de hermético.
Falando em hermetismo, voltamos ao velho papo da vibração. Tudo no Universo é vibração e isso a ciência já deixou mais do que explícito. Fato é que a nossa sensibilidade para a compreensão do mundo, é diretamente proporcional ao nosso grau de vibração. A depender do tipo de vibração que estamos emitindo, enxergamos coisas não percebidas por pessoas que estão em outro nível de vibração. E não existe estágio melhor ou pior. Apenas estágios.
Assim eu vejo as religiões. São estágios de vibração. A depender dos dogmas e filosofias adotados por uma pessoa, ela só enxergará aquilo que está ao alcance desses dogmas e filosofias.
Se você enxerga além, você verá que todos somos capitães do nosso navio. Nós o direcionamos para onde está a nossa visão. Por isso antes de adotar determinado caminho ou religião, acredito que é importante definir os próprios princípios e valores.
O que é importante para você? O que é essencial? O que, para você, é inegociável? Qual tipo de vida você quer ter? A partir do momento que você tiver isso bem definido, fica mais fácil escolher a direção do navio. Há vários ventos soprando, em todas as direções, e você saberá escolher aquela que é favorável àquilo que você acredita.
Eu enxergo as religiões como ferramentas. Cada uma tem seus próprios conjuntos de ferramentas. E eu, bem… eu gosto de usufruir de todas as ferramentas, independente da religião, que sopram ao meu favor, por que não?
Essa é a Ciência de Deus. Todas as ferramentas funcionam, e cabe a nós, escolher com sabedoria quais ferramentas usar. E é preciso saber que esse uso deliberado traz consequências. Precisamos estar cientes, portanto, dessas consequências e de como iremos lidar com elas. Não se planta mandioca esperando colher abacaxi. A colheita é certa. O método de plantio, contudo, está a seu critério.
À bien tôt,
Morgana.